
Flamboiãs-mirins / Flamboyants-mirins / Flamboyanzinhos / Miniflamboiãs / Poincianas-anãs - Caesalpinia pulcherrima
1. Origens geográfica e etimológica | 2. Características | 3. Referências | 4. Galeria
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Origens geográfica e etimológica
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Nativa da América Central, por ter flores semelhantes ao flamboiã (Delonix regia, de origem africana), a leguminosa Caesalpinia pulcherrima (também identificada pelo binômio não preferencial Poinciana pulcherrima) ganhou, em português, o nome popular de "flamboiã-mirim" (flamboyant-mirim) ou "flamboyanzinho", sendo também conhecida como "poinciana" (ou, mais propriamente, "poinciana-anã"). Em francês, o termo "flamboyant" significa "flamejante". Quanto ao seu nome na taxonomia botânica, o segmento "Caesalpinia", referente ao gênero, foi dado em homenagem ao botânico italiano Andrea Cesalpino (1519-1603) e o segmento "pulcherrima" é, em latim, o superlativo feminino singular no caso nominativo do adjetivo "pulcher" e significa, pois, "belíssima". Em inglês recebe os nomes populares "peacock flower" (flor-de-pavão), "pride of Barbados" (orgulho-de-barbados), "red bird of paradise" (ave-do-paraíso vermelha), entre outros.
Características
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Diferentemente do flamboiã, que possui raízes grossas que se alastram e tornam problemático seu cultivo em meio urbano, o flamboiã-mirim, como o próprio nome indica, tem porte pequeno/médio (arbusto/arvoreta) e, como sua raiz é pivotante, não tende a causar prejuízos às estruturas no entorno, sendo planta muito utilizada no paisagismo, encontrada em praças e calçadas em várias localidades dentro do Brasil. Os entraves possíveis, a sugerir cautela no cultivo, são o caule espinhoso e a toxidade dos ramos, folhas e sementes caso ingeridos - este dado é mais pertinente em caso de localidades com crianças ou animais pequenos.
Há pelo menos quatro variedades conhecidas desta espécie, distintas entre si pela cor de suas flores: alaranjada (tida como a mais comum), amarela, rosa e palha/creme (esta a mais rara das quatro). É frequente, em sítios eletrônicos, a menção a apenas três cores, que seriam, em tese, o vermelho, o alaranjado e o amarelo, entretanto, até o momento da composição deste texto, não temos experiência própria de observação da variedade vermelha; em verdade, presumimos que talvez a informação sobre a existência de flores dessa cor esteja equivocada ou apenas incompleta devido aos seguintes motivos e ponderações: 1) potencial confusão com o flamboiã (D. regia), que realmente possui três variedades diferentes em relação às cores das flores, sendo elas justamente o vermelho, o alaranjado e o amarelo - e nos sítios que listam tais cores, em geral não há menção às outras duas cores do flamboiã-mirim, quais sejam, rosa e palha/creme; 2) o uso da expressão em inglês "red bird of paradise" (C. pulcherrima), designando a variedade de flores alaranjadas a despeito do adjetivo "red" (vermelho), para diferenciá-la de "bird of paradise" (C. gilliesii), termo que designa uma outra espécie, de flores amarelas e estames vermelhos (a expressão "bird of paradise" por si só é problemática, por também se referir a um gênero diverso, Strelitzia); 3) as cores das flores do flamboiã-mirim alaranjado se acentuam quando murchas, possibilitando que talvez se enxergue uma cor mais avermelhada que alaranjada; 4) há pequenas variações de tom na variedade de flores laranja, podendo em algum momento uma variedade mais avermelhada ter sido classificada como vermelha (lógica semelhante em verdade se aplica à coloração da polpa das pitayas, que em sua maior parte não são vermelhas em si, mas são alcunhadas como tal).
Sua inflorescência se dá em cachos piramidais, com a abertura das flores de cada cacho iniciando-se por sua base. As flores são hermafroditas e a propagação da planta se dá de forma sexuada, por sementes, dispostas em numerosas vagens. Embora a floração seja mais prolífica de setembro a março (primavera e verão), pode ocorrer durante o ano inteiro a depender das condições de seu cultivo - preferencialmente a pleno sol, em climas tropicais ou subtropicais. Em locais com incidência de geada, há menção de dano extenso às plantas, com eventual rebrotação basal após o desbaste da parte seca afetada pelo frio.
Embora possua grau leve de toxidade (a ingestão das sementes, do caule e das próprias folhas pode causar problemas respiratórios, vômito e diarreia), há registro de que suas folhas tenham uso medicinal, com propriedades purgantes, emenagonas (induzem menstruação, podendo ter efeito abortivo) e febrífugas (combatem a febre) - convém, porém, ressaltar que o uso de quaisquer plantas tidas como medicinais deve ser feito com a devida instrução de profissional habilitado.
A variedade que possui flores alaranjadas é a flor nacional de Barbados e está presente no brasão de armas daquele país - razão de um dos nomes em inglês atribuído à planta.
Tal qual os frangipânis, os flamboiãs-mirins também têm suas flores utilizadas para a confecção dos colares florais havaianos chamados "leis".
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Texto: Karl Rocha
Data da publicação original: 20/1/2021
Data da mais recente atualização: 25/7/2021
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Reprodução textual autorizada somente com expressa citação da fonte:
ROCHA, K. F. A. P. de F. Flamboiãs-mirins. In: PITAYA E COMPANHIA. Plantas. Campo Grande: Pitaya e Companhia, 2021. Disponível em: https://www.pitayaecia.com/flamboyants-mirins. Acesso em: [indicar data de acesso].
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Referências
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BARBADOS.ORG. Pride of Barbados. In: BARBADOS.ORG. Barbados Flowers. Bridgetown: Caribbean Dreams Publishing, 2020. Disponível em: https://barbados.org/plants/pride.htm. Acesso em: 27 dez. 2020.
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CAESALPINIA pulcherrima. In: WIKIPEDIA: La enciclopedia libre. [São Francisco, CA: Wikimedia Foundation, 2020]. Disponível em: https://es.wikipedia.org/wiki/Caesalpinia_pulcherrima. Acesso em: 27 dez. 2020.
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FLAMBOYANT. In: THE FREE DICTIONARY. [S. l.]: Farlex, 2020. Disponível em: https://fr.thefreedictionary.com/flamboyant. Acesso em: 28 dez. 2020.
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FLAMBOYER. In: THE FREE DICTIONARY. [S. l.]: Farlex, 2020. Disponível em: https://fr.thefreedictionary.com/flamboyer. Acesso em: 28 dez. 2020.
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MEU CANTINHO VERDE. Flamboyanzinho (Caesalpinia pulcherrima). [S. l.: s. n.], 2012. Disponível em: https://www.meucantinhoverde.com/2012/01/flamboyanzinho-caesalpinia-pulcherrima.html. Acesso em: 27 dez. 2020.
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NORTH CAROLINA COOPERATIVE EXTENSION. North Carolina State University (NCSU) & North Carolina Agricultural & Technical State University (N.C. A&T State University). Caesalpinia pulcherrima. In: NORTH CAROLINA COOPERATIVE EXTENSION. NCSU & N.C. A&T State University. North Carolina Extension Gardener Plant Toolbox. Raleigh: NCSU; N.C. A&T State University, 2020. Disponível em: https://plants.ces.ncsu.edu/plants/caesalpinia-pulcherrima/. Acesso em: 28 dez. 2020.
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POINCIANA. In: DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA [em linha]. Lisboa: Priberam, 2020. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/poinciana. Acesso em: 27 dez. 2020.
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POINCIANA. In: INFOPÉDIA. Dicionário Infopédia de Termos Médicos [em linha]. Porto: Porto Editora, 2020. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/poinciana?express=poinciana. Acesso em: 27 dez. 2020.
Galeria
Algumas imagens de flamboiãs-mirins.




